quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quando virá um verão, dourado de certezas merecidamente possiveis ?

Beauty_of_nature_10_13

Mais do que máquinas precisamos de humanidade.
Mais do que inteligência precisamos de afeição e doçura.
Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.
Charles Chaplin


Tenho andado com a preguiça à tiracolo, quando penso que tenho que atender  ao comando do relógio,  às cinco da manhã de um horário chato, chamado de Verão, com  tolerância zero para  enfrentar a rotina dos engarrafamentos,  a qualquer hora do dia ou da noite ou para aceitar sem indignar-me , que  na minha cidade, as pessoas estejam morrendo de meningite e a população ainda não tenha sido vacinada, que as pessoas se queixem tanto da falta de dinheiro e  as lojas estejam abarrotadas de clientes ávidos para voltar para casa com as sacolas cheias de presentes para o Natal...
Às vezes, penso que estou tendo um pesadelo. As manchetes se renovam por segundo, os relacionamentos são interrompidos a cada piscar de olhos,  os amores partem em  sentidos opostos e as escolhas não assumem qualquer compromisso em seu curto prazo de validade.
O Tempo não parou.Algumas coisas continuam no mesmo compasso, outras estão sendo aceleradas.
As chuvas torrenciais  mais uma vez  nos surpreendem ,  mas devastam  da mesma forma. Arrastam casas e pertences de um povo que desabriga a sua alma, porque o corpo há muito se expõe ao frio e à  fome em um canto de dor e solidão, que poucos conseguem escutar de tão frágil e inseguro diante da fúria incontrolável  das águas... As imagens  nem conseguem capturar os estragos.  Mais uma vez, estamos tendo um pesadelo incoerente com os discursos dos homens que pensávamos conhecer?
Teremos um verão tranquilo em nossas cidades ou estaremos a cada instante, sobressaltados com qualquer dor de cabeça mais persistente?
Será teimosia esperarmos por  um metrô que nos deixou na estação ou frustração por não termos atravessado, pela primeira vez,  pequenos trechos da nossa cidade repletos de igrejas, ladeiras e orixás?

Hoje, não abri os livros, não pedi sobremesa, não ouvi a Antena1, não me envolvi em edredons, nem em lençóis de cetim...
Hoje, simplesmente , desliguei ,  saí por aí , sem hora para voltar... Afinal, eu não sou de ferro, trabalho muito e ganho pouco,  preciso só de um tantinho de tempo, para  caminhar nas calçadas, ser gente como todo mundo, ser qualquer um , ser cidadão e sonhar com a esperança  verdinha e amarela, sob aquele sol,  que desperta-nos mil certezas e diz pra todo mundo ouvir :

"Já pintou  o verão, calor no coração , a festa vai começar..."

Lis Lisboa

2 comentários:

  1. Lis:

    As vezes, nos sentimos tão pequenos diante de certas coisas e por isso não gritamos alto as nossas revoltas. Achamos que isso não adiantará em nada!
    Mas, se não reagirmos mesmo sem grandes ferramentas, tudo ficará do mesmo jeito.
    Obrigada por você enxergar as coisas e nos alertar. Precisamos enxergar mais aquilo que evitamos perceber, talvez por medo ou por omissão.Desse jeito a realidade não terá um novo tom.
    Adorei o seu blog!

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  2. Olá!
    O que vale nesses momentos não é a facilidade
    que temos para resolver ou mudar as coisas e sim
    as atitudes que tomamos em torno do que consideramos absurdo.
    O importante é não ser omisso!
    As vezes, pensamos que uma andorinha só, não faz verão , mas se uma não decidir tomar uma atitude, não teremos verão pelo resto das nossas vidas...
    Obrigada pelo seu comentário.
    VOCÊ ESQUECEU DE COLOCAR O SEU NOME...

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