
Caminhando pelas estradas percorridas por José Saramago, apoderei-me de um dos trechos
que evidenciavam uma importante sinalização :
" A vida é breve , mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver "
Todos nós possuímos uma casa, um acervo interior e um caminho a seguir , neles abrigamos sonhos, família, palavras, histórias, lembranças,desafios, escolhas, amizades, parcerias, paixões, amores, conquistas, desafetos, tristezas, recomeços...
E por mais que convidemos outros integrantes para compô-los, sempre haverá um espaço para acomodá-los adequadamente!
Às vezes, quando menos percebemos, estamos no porão, no andar das lembranças, à procura de trechos e registros do passado, que de repente, ressurgem na linha do tempo para desacomodar as certezas e caminhar entre aquilo que ficou mal resolvido, intrigantemente revolvido e a um toque ou simples descuido, chamado à realidade.
Para quê e por quê nos detemos diante do que o passado havia levado para longe, bem distante de nós?
Muitas vezes, juramos não chorar nem nos arrepender. O final de cada jornada será sempre colocado sem indecisões e lutos permanentes.
Sacudimos a poeira, abrimos as janelas e deixamos novamente a luz do sol penetrar pela casa a dentro.
Como poderemos afirmar que, certos itens, de nossas histórias deixarão de ter e fazer algum sentido em nossas vidas?
A vida tem o seu próprio curso e não abranda os desafetos nem promove workshoppings de memórias para o que ela retrata.
Simplesmente nos oferece alguns de seus cenários e um espaço no tempo para registrarmos aquilo que criamos e desejamos concretizar. "Quando e por quê acaba," para ela é indiferente.
Se lidamos com esse elemento tão indiferente às nossas mazelas e realizações, precisamos acionar as nossas fontes de intuição e sabedoria para cuidarmos com especial atenção, de tudo que o universo colocará em nossas mãos, tornando-nos mais sensíveis e brandos diante dos embates da vida.
Se algum dia, tivermos que resgatar algo que ficou para trás, mostrando-nos hoje, o quanto fomos imaturos e intransigentes em nossas avaliações e critérios, que sejamos corajosos diante dessa nova possibilidade de tentar.
Nossas certezas nunca serão absolutas porque a vida sempre promoverá muitas chances de escolhas e recomeços. Se somos imperfeitos não toleramos lidar com as imperfeições do outro.
Somente quando alcançarmos esse trecho da estrada é que perceberemos tudo que deixamos de viver por medo de arriscar e por excessivo rigor manifestado em nossas atitudes.
" 'Você é livre para fazer escolhas, mas prisioneiro das consequências' Pablo Neruda"
Concordando com os poetas citados, será importante refletirmos sobre nossas ações e os danos que elas causam a terceiros e a nós mesmos , quando se instalam irremediávelmente distantes de qualquer pretensão de resgate.
Lis Lisboa
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