
Salvador, 16 de Setembro de 2015.
Momentos Cúmplices!
Mesmo que alguém jure por todas as coisas mais sagradas
que ocupam a sua vida, aqui e agora, que apagou
de sua mente todos os momentos cúmplices que um dia
estiveram entre as suas alquimias e sintonias mais que
especiais, ainda assim, terei que contestar o seu juramento!
A troca de energias movidas a sentimentos de desejo, tesão,
paixão,amor, raiva, ódio, tristeza, saudade não se dissipa.
Poderá abrandar-se, quando, o tempo passar e cada um
reconstruir novos projetos e outros recomeços,
mas, a consciência do que foi vivido, permanecerá intacta,
com todas as suas nuances e tensões, entre os enredos e
estampas do filme mais que pessoal e intransferível de uma
história com autores reais no tempo e no espaço.
O que se planta passa a existir, mesmo que não tenha criado
raízes, nem flores nem frutos.
Os nossos registros se eternizam, mesmo quando, uma parte dele,
se rompe sem deixar marcas aparentes.
Apenas, o curso da nossa história pessoal é que muda o seu sentido
e direção, mesmo desbotado e quase imperceptível.
É como uma casa que precisa ser reformada para alcançar as novas
temporadas vindouras ou um jardim que permanece brotando outras
flores e essências que continuam dando todo sentido aos ciclos e estações
que renovam e marcam a existência dos seres na natureza.
O tempo passa provocando abalos, estragos, mudanças em nossos registros,
mas ainda assim, eles permanecem com os seus significados próprios e
redimensionados para a vida que segue...
Por isso, é importante dizer que somos a soma de todas as coisas que vivemos,
que escolhemos e que decidimos reinventar!
O tempo não pára nem a nossa capacidade de darmos a volta por cima , mesmo
quando, tudo parece ruir, irremediavelmente!
O que nos torna especiais nesse processo é a nossa capacidade dizer não, quando,
precisamos defender e buscar aquilo que consideramos ser o melhor para
acrescentarmos aos nossos dias e sonhos mais que desejados!
E, quando, retomamos cursos antigos de nossas histórias, não podemos nos permitir,
estacionarmos nos mesmos atalhos e becos sem saídas.
Lis Lisboa
