
Salvador, 19/09/2013.
O tempo ganhou idade e suficiente maturidade, desprezando velhos
conceitos que davam estampas e coloridos, pouco adequados a realidade
das pessoas. De repente, aquele véu que escondia verdades e certezas que
demoravam "séculos" para vir á tona, finalmente, desapareceu da linha
de frente da comunicação moderna.
Tanta coisa tem mudado, vigorosamente, de uma hora para outra.
As tradições, também, estão ganhando outros contornos e temperos...
As linguagens, outros códigos e sintonias ...Os sentimentos, outras
fundamentações e certezas... As amizades, outros critérios e
afinidades...
Poderia relatar inúmeros itens que refletem muito bem as mudanças
constatadas e impostas pelo tempo. Mas, prefiro deter-me no quesito
referente ao Amor.
Então, convido-os (as) , a refletir sobre as próximas
indagações:
Como está o amor, nos nossos dias?
No quê ele mudou?
O amor pode ser eterno?
Por que o amor tem preferido aportar em terrenos
efêmeros, exercitando a matemática dos acordos
e acertos de contas?
Por que os poetas, já, não falam em Amélias, Romeus e Julietas?
O amor, realmente, tem a capacidade de tudo suportar?
Será que ele consegue superar todas as dificuldades , mantendo-se ardente
e fiel ao longo do tempo?
O que está, realmente, diferente no alfabeto de uma relação amorosa?
Será que os critérios que fundamentam a existência do amor mudaram
ou as pessoas estão amando de forma diferente?
Que importância damos a pessoa a quem amamos ?
Será que a respeitamos , antes, de qualquer outro sentimento?
Quando amamos escravizamos o (a ) parceiro (a) ou nos deixamos
escravizar por ele (a ) ?
Por que nos sentimos ameaçados por terceiros, quando, estamos
amando alguém e sendo amados?
Que conceito damos a palavra, privacidade?
Será que somos uma boa companhia para a pessoa que se encontra ao
nosso lado?
Por que atribuímos ao outro, obrigações eternas e, sempre, nos
eximimos das mesmas?
Por que achamos que o outro é o ar que respiramos e nem sempre, a recíproca é verdadeira?
Muitas dessas indagações, já, nos fizemos e não tivemos a coragem de pensar, em nossas
próprias respostas.
Enfim, sabemos que no campo do amor, precisaremos , ainda, aprender
muito para que possamos encontrar uma forma branda e espontânea de
viver a inteireza de qualquer sentimento, "sem tantos porquês e eternas
cobranças", que nos levará, sempre, pra bem distante do que achamos
ser felicidade...
O amor não suporta tudo, porque, ele é permeado de sensibilidades raras.
O amor não se conecta com imposições, porque, ele não se acorrenta
com excessos de penas severas, exaustivamente maçantes.
O amor não encontra eco no desespero, porque, ele é luz, é agua e
tempero.
O amor não se aprisiona em territórios movediços , porque, ele é viajante
e aprendiz...
O amor não se encanta com egoísmos, porque, ele é um eterno apaixonado
pela arte de compartilhar tudo.
O amor não sobrevive sem admirar a nobreza das suas próprias escolhas.
O amor não suporta muitas coisas, mas supera todas as dificuldades ,
quando, percebe que fez uma excelente escolha.
Enfim, invariavelmente, não se sofre por amor e sim, por não saber amar.
Lis Lisboa